Apesar da crise decorrente da pandemia de corona vírus, o mercado imobiliário brasileiro conseguiu reverter as dificuldades de abril e março, os dois meses mais críticos no país, e retornar a níveis pré-pandemia. Para 2021, a expectativa é que o setor acompanhe a retomada da economia brasileira.
Dados do Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon-SP) apontam que o Produto Interno Bruto (PIB) setorial de 2020 deve registrar queda de 2,5%. Mas, para 2021, a projeção é de alta de 3,8%.
Comparativamente, o PIB brasileiro deve ter queda por volta de 4,40% neste ano e avanço de 3,5% em 2021, segundo as projeções do mercado medidas pelo Boletim Focus.
“Em 2021, teremos o que esperávamos para 2020, porém com um mercado mais maduro e consistente”, avalia o economista Celso Petrucci, vice-presidente de Indústria Imobiliária da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
“A percepção dominante é de que o setor chega ao final do ano em posição mais favorável do que estava no final de 2019”, confirma Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV IBRE.
Para o presidente da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz Antonio França, as perspectivas são boas, mas ficarão ainda melhores a partir do momento em que a vacinação da população começar. “Quando houver a vacina, o setor de construção será o grande indutor da retomada da economia”, afirma.
Selic baixa explica recuperação do mercado imobiliário
A construção é considerada um dos setores cíclicos da economia brasileira. Isto quer dizer que seu bom desempenho depende de fatores macroeconômicos, como emprego e renda.
“Para adquirir um imóvel, que representa uma dívida de longo prazo, o consumidor precisa de emprego e de crédito, porque ele na maioria das vezes não possui o valor total do imóvel. Mas, tendo emprego, viabiliza um financiamento”, afirma Greco Salvatore Montagna, assessor de mesa de renda variável da EQI Investimentos.
Atualmente, a taxa de desemprego é alta (14,6%). Ainda assim, um fator tem sido bastante positivo para o setor: a taxa básica de juros (Selic) em sua mínima histórica, de 2% ao ano.
Isso possibilita crédito mais barato para quem precisa pegar empréstimo para adquirir um imóvel. E o crédito imobiliário é uma modalidade que agrada aos bancos, porque não traz riscos, já que é totalmente coberto por seguradoras. Logo, a oferta é ampla.
Selic deve subir, mas de maneira gradual
De acordo com a sinalização do Banco Central em sua última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a Selic deve sofrer um aumento em 2021, mas de maneira gradual. Ainda assim, deve permanecer em patamares bastante baixos para os padrões brasileiros.
De acordo com o último Boletim Focus, divulgado dia 14, a expectativa é que a Selic chegue a 3% no máximo até dezembro de 2021. Ou seja, o aumento não deve interferir no cenário favorável à construção.
Fim do auxílio emergencial deve reduzir reformas
Já o setor de reformas deve sentir em parte a retirada do auxílio emergencial, que motivou grande parte dos reparos domésticos ao longo do ano – ficando em casa por conta da pandemia e as orientações de distanciamento social e trabalho e estudo remotos, muitos foram motivados a promover melhorias nas próprias residências.
Pelos cálculos do Sinduscon, enquanto as empresas formais do setor de construção devem crescer em média 4,1%, o segmento de autoconstrução e reformas deve ter alta de 3,5%.
FONTE:https://www.euqueroinvestir.com/mercado-imobiliario-em-2021-melhora-da-economia-impulsionar-setor/
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