Empreender, engajar, online, home office, inovar, reinventar são alguns dos termos que mais vimos como parte dessa solução, que conduzem ao sucesso, alavancam negócios. Em meio ao caos, surgiram a criatividade, o pioneirismo e, novamente, a inovação alicerçada pela tecnologia, já que o universo físico esteve com suas portas fechadas.
As startups têm sido “invejadas” porque talvez estivessem mais preparadas, já que nascem com o DNA de lidar ou tratar as dores do mercado, do consumidor, ou seja, são criadas para atender uma demanda existente. Nasce uma empresa inovadora e lá vem um monte atrás, melhorando o que a primeira (por inexperiência ou pressa em ser a pioneira) não enxergou e não resolveu.
Segundo Peter Drucker, inovação é a mudança do comportamento de agentes no mercado como fornecedores e consumidores de qualquer coisa. Agregada a esta definição, nos últimos anos, veio a tecnologia para acelerar tudo, inclusive a inovação, e tornar visível em tempo real o que ouvíamos falar depois de um tempo em que já estava acontecendo nos idos dos anos 1970 a 1990.
As startups apresentaram novos termos e nomenclaturas que as empresas tradicionais adotaram. O off line teve que se tornar digital, e o que levaria anos foi realizado em meses, por conta do caos instalado. O caos por sua vez permitiu o erro, os ajustes e a desculpa de que erramos porque estamos nos reinventando.
E o franchising com isso?
Em tempos de crise, a fragilidade do desemprego e do se reinventar (não é de hoje que milhões de pessoas têm que redescobrir o que e como fazer algo) atiça o empreendedorismo. E na evolução dos processos, novos “nomes” surgem e são potencializados, inspirados pela bola da vez. Exemplo: os brokers se tornaram corretores de franquia, depois consultores de expansão de franquias e hoje são aceleradores de marcas ou de franquias.

Fragilidade do desemprego atiça o empreendedorismo, mas antes de assinar contrato e fazer um negócio decolar pesquise bastante. Foto: Micheile Henderson/Unsplash
Analisando negócios para investidores e candidatos à oportunidade de um bom negócio, como uma franquia estruturada profissionalmente, eu não aposto em “a pioneira, a maior, a melhor” sem estudar detalhadamente os últimos 30, 40 anos do franchising brasileiro.
Pois antes da atual pioneira e/ou maior, há a chance de existir a empresa precursora e viva até hoje que o futuro empreendedor leigo e tão acostumado àquela marca como consumidor não analisa que alguém já vem vendendo o mesmo conceito há anos ou décadas. Só que a fragilidade emocional não lhe permite enxergar as verdades de mercado, tão visíveis à luz do online, do real time, que a internet evidencia.
Nos planos do aqui e agora e na urgência para definir 2021, cuidado com as promessas mágicas feitas por terceiros que vendem a franquia, têm metas a cumprir, comissões a receber. Cabe ao franqueador apenas aprovar quem não veio através de suas próprias mãos.
A geração de leads, apresentação da franquia, test drive e discovery day cabem ao dono da marca e à sua equipe. A estrutura para expandir deve estar 100% alinhada a quem faz o treinamento e entrega o suporte à rede.
O domínio da operação, a cultura e o DNA de uma empresa estão dentro de casa, assim como a responsabilidade de tornar alguém franqueado, sustentar e apoiar até que este decole como empresário e represente, com esmero, a marca que assumiu como sua também.
Depois não adianta dizer que o franqueado não tem o perfil adequado. Tampouco vale reclamar que você, empreendedor, não sabia que tinha que ser diferente.
Pesquise, olhe no olho do franqueador e de sua equipe por incontáveis horas antes de assinar um contrato de franquia!
* Ana Vecchi é consultora de empresas, CEO na Ana Vecchi Business Consulting, professora universitária e de MBAs, pós-graduada em marketing e com MBA em varejo e franquias. Atua no franchising há 28 anos em inteligência na criação e na expansão de negócios em rede.
Fonte: https://pme.estadao.com.br/blogs/blog-do-empreendedor/olho-no-olho-quem-vende-a-franquia-deve-ser-quem-a-entrega/
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